Prática de meditação pode transformar fisiologicamente o cérebro.
Assim como os exercícios de musculação aumentam a massa corporal das pessoas, a prática de meditação pode provocar mudanças físicas no cérebro, segundo estudo feito com monges tibetanos que foi publicado na revista da Academia Americana de Ciências.
A equipe de pesquisadores da Universidade de Wisconsin comparou um grupo de dez estudantes iniciantes em meditação, com 20 anos de idade em média, e outro grupo de monges formados na tradição tibetana e tendo de dez mil a 50 mil horas de prática de meditação no currículo e idade em torno de 45 anos.
Por meio de eletroencefalogramas, os cientistas constataram um grande aumento de ondas gama de alta freqüência nos monges budistas em comparação às pessoas comuns, enquanto nos estudantes essa modificação era ainda modesta.
Essas ondas, até onde se sabe, assinalam a atividade dos neurônios e são associadas a uma atividade cerebral intensa. Também por meio de exames de ressonância magnética os pesquisadores constataram maior atividade cerebral nos monges do que nos estudantes. E a atividade na parte pre-frontal esquerda do córtex cerebral, o local das emoções positivas, era muito mais intensa nos monges em meditação, superando em muito a atividade na parte direita do cérebro, onde se concentram as emoções negativas.
Os resultados do estudo levam a crer que o cérebro, assim como o resto do corpo, pode ser intencionalmente modificado em sua fisiologia através da prática direcionada.
Na vida real
Os sentimentos elevados, próprios dos humanos, são o que nos fazem evoluir. Não podemos responsabilizar ninguém pelo nosso sofrimento: nossa reação é que determina se algo é bom ou ruim, e não a própria situação em si. Ou seja, é nosso pobre julgamento que cria mais obstáculos.
Esvaziar a mente e aceitar o fluxo da vida, adotando uma postura observadora, evita preocupações, decepções e consequentemente, torna a mente menos reativa, mais relaxada e feliz.
Colocar em prática esses ensinamentos não é tão simples: hábitos são difíceis de serem conquistados e meditar é um grande desafio. Como ficar parado por alguns minutos sem fazer nada???
Nos acostumamos com o sofrimento e, em parte, até gostamos dele (mesmo negando, esta partezinha pode estar escondida bem lá no fundo do inconsciente, pode te impedir de ir adiante). Gostamos de ter do que reclamar. Não queremos largar o sofrimento de jeito nenhum, afinal o que vai ser da vida sem ele? “Vocês está aonde se coloca” e assumindo essa responsabilidade, podemos transformar nossa vida.
Pratique!
Para começar, encontre uma boa postura:
- mantenha a coluna ereta, sente-se sobre os ísquios.
- não arredonde as costas, o ideal é manter a curva natural da região lombar.
- Se for difícil manter a postura com as pernas cruzadas no chão, eleve o quadril, sentando numa almofada.
- Se ainda assim, for difícil manter a posição por falta de mobilidade do quadril, ou qualquer outro problema, sente-se numa cadeira. Neste caso, desencoste-se. Se precisar de apoio nas costas, pelo menos desencoste a cabeça, pra evitar que caia no sono.
- lembre-se que esta deve ser uma postura firme mas também confortável.
Assim a postura não rouba mais sua atenção e você pode se sentar em silêncio e dedicar sua atenção a sua respiração.
Após adotar uma postura confortável e firme, feche os olhos, e concentre sua atenção no seu corpo, nas sensações, pensamentos e sentimentos. Mas apenas observe. Observe o ar entrando e saindo das narinas. Observe o movimento da respiração, e foque sua atenção nela. Toda vez que sua mente fugir, retorne a atenção pra ela. Evite julgamentos e diálogos internos. Comece com 5 minutos e ajuste um timer ou despertador para não ter que se preocupar com o tempo, e tente manter-se presente em cada respiração, do início ao fim. A atenção e a concentração são habilidades treináveis e evoluem para então experimentarmos o êxtase e o contentamento no processo, até que possamos vivenciar a totalidade da presença, o aqui agora – a famosa meditação!
Há tempo de mudar esses padrões da mente, chega de sofrimento! É tempo de honrar a alegria e começar a meditar.